
Fonte: Estado de Minas
Os meses de abril e maio são intensos para a saúde pública no Brasil. No período, o Ministério da Saúde realiza sua campanha de vacinação contra a gripe. E, apesar de sermos um dos países mais avançados em tecnologia e cobertura vacinal, ainda há pouca adesão dos adultos quando se fala em imunização. As atenções permanecem voltadas às crianças e jovens e esquece-se da importância de manter imune a população economicamente ativa do país. Algumas empresas e setores do governo, porém, cientes dessa importância, vêm subsidiando vacinas e promovendo campanhas de conscientização e vacinação para seus funcionários. Prevenir o adoecimento e promover a saúde individual e coletiva no ambiente corporativo é uma estratégia essencial para reduzir os riscos de transmissão de doenças e minimizar o absenteísmo e a queda de produtividade. Essa foi uma das razões apontadas pelo Ministério da Saúde para incluir os profissionais da educação na campanha de vacinação contra a gripe este ano. Em parceria com o Ministério da Educação, cerca de 2,3 milhões de professores das redes pública e privada serão imunizados nos postos de saúde de todo o país. Essa iniciativa visa reduzir os riscos de transmissão da gripe para os alunos, bem como o índice de absenteísmo dos profissionais e, por consequência, promover uma melhoria da qualidade do ensino.
Por parte da iniciativa privada, diversas campanhas promovidas por empresas de diferentes segmentos chamam a atenção no combate à gripe, causada pelo vírus influenza. Agente de fácil disseminação em ambientes fechados, o vírus é capaz de causar quadros extremamente graves, sobretudo em pessoas de risco como gestantes, idosos e adultos portadores de doenças crônicas. Mas não é só a gripe que preocupa as empresas. Após a alarmante epidemia de dengue em 2016, os custos relativos às três doses da vacina que previne a doença passaram a figurar nas folhas de pagamento de algumas empresas. A vacinação reduz os casos de influenza em grupos de trabalhadores vacinados, gerando redução nos dias de trabalho perdidos e, consequentemente, também nos custos com absenteísmo. Além disso, a prevenção contribui para a redução do tempo de internação de um funcionário doente, bem como a sobrecarga daqueles que não adoeceram e tiveram que cobrir o absenteísmo dos demais.
Ciente da importância da imunização dos trabalhadores, os quais passam a maior parte do seu tempo no ambiente laboral, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) criou um calendário de vacinação ocupacional. Seguindo recomendações internacionais e adaptando-as à realidade brasileira, é possível prever, conforme a atividade exercida por um funcionário,quais vacinas seriam melhor indicadas para seu perfil. Assim, além das abordagens em campanhas, algumas empresas, respaldando-se nessas recomendações, promovem ações ainda mais completas.
Nesse sentido, apesar da falta de consciência e cuidado de muitos adultos, o que vemos é um movimento crescente no ambiente corporativo rumo à imunização. A expectativa da maioria dos profissionais da saúde, portanto, é que os esforços de sensibilização para a vacinação no ambiente laboral possam despertar a consciência de cada trabalhador brasileiro sobre a necessidade de se atualizar o cartão de vacinas não apenas dos seus filhos, mas também o seu próprio e de toda a sua família.